sexta-feira, 11 de abril de 2008

China nega pedido de visita da ONU ao Tibet em abril

10/04/2008
13:11

GENEBRA (Reuters) - A China recusou um pedido de visita de Louise Arbour, a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos. Ela queria visitar o Tibet neste mês para avaliar a questão dos protestos anti-China nos quais pelo menos 19 pessoas morreram, disse seu porta-voz nesta quinta-feira.

"As autoridades chinesas responderam... e disseram que não seria conveniente neste momento", disse o porta-voz Rupert Colville à Reuters.

"Entretanto, eles disseram que ela seria bem-vinda mais tarde, em uma data que fosse conveniente para ambos", disse ele. Arbour fez o pedido há duas semanas, diante da instabilidade na região e dos relatos de assassinatos e prisões em massa.

Os protestos de tibetanos e a repressão chinesa no Tibet influenciaram manifestações durante o revezamento da tocha olímpica em Paris, Londres e São Francisco. A Olimpíada de Pequim começa no dia 8 de agosto.

Arbour, ex-promotora de crimes de guerra da ONU e juíza da Suprema Corte canadense, planejava ir ao Tibet no meio de abril, para avaliar a situação depois da série de protestos de monges budistas e das revoltas em Lhasa no dia 14 de maio, disse o porta-voz.

A China diz que 19 pessoas morreram nos protestos, mas assistentes do Dalai Lama, o líder espiritual exilado do Tibet, dizem que foram 140 mortos no Tibet e nas províncias vizinhas com grande número de tibetanos.

Separadamente, seis investigadores de direitos humanos da ONU pediram que a China seja moderada e permita que jornalistas e especialistas independentes tenham acesso ao Tibet e regiões vizinhas atingidas pela violência.

Mais de 570 monges, incluindo algumas crianças, foram presos em março, quando as forças de segurança chinesas fizeram ataques repentinos a monastérios nos municípios de Ngaba e Dzoge, no Tibet, disseram eles em um comunicado conjunto na quinta-feira.

Os investigadores da ONU têm mandato global para averiguar denúncias de tortura, matanças, detenções arbitrárias e questões de minorias, assim como restrições à liberdade de opinião, expressão e religião.

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