sexta-feira, 11 de abril de 2008

McCain diz que boicotaria cerimônia de abertura da Olimpíada

10/04/2008
16:39

WASHINGTON (Reuters) - O candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, John McCain, disse nesta quinta-feira que o presidente George W. Bush deveria repensar os planos de comparecer à cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, baseado nas concessões que poderiam ser feitas pela China em relação ao Tibet e ao Dalai Lama.

"Acredito que o presidente Bush deveria avaliar sua participação nas cerimônias olímpicas e, baseado nas ações chinesas, decidir se é ou não apropriado comparecer", disse McCain em um comunicado escrito.

McCain deixou claro o que faria se fosse presidente.

"Se as práticas e políticas não mudassem, eu não iria às cerimônias de abertura", disse McCain.

"Não é útil para o governo chinês, nem para o povo chinês, que os Estados Unidos e outras democracias finjam que a supressão de direitos não nos diz respeito."

A China tem sido severamente criticada pelos governos ocidentais por uma repressão sangrenta no Tibet. A China sediará a próxima edição dos Jogos Olímpicos e o presidente norte-americano, até agora, planeja comparecer à cerimônia de abertura em Pequim.

McCain, candidato do Partido Republicano à presidência dos EUA, enfrentará o senador de Illinois, Barack Obama, ou a senadora de Nova York, Hillary Clinton nas eleições presidenciais de novembro.

Tanto Hillary quanto Obama disseram que Bush deveria boicotar a cerimônia de abertura das Olimpíadas se a China não tomar medidas para acabar com o genocídio em Darfur e para melhorar as condições dos direitos humanos no Tibet.

Bush diz que planeja comparecer às cerimônias, mas na quarta-feira, sua porta-voz, Dana Perino, disse a jornalistas que ainda era "muito cedo" para que ela anunciasse a agenda do presidente.

Bush contou à rede católica EWTN que seus planos não haviam mudado e que ele pretendia ir aos Jogos. Ele disse que tem, repetidamente, tratado da questão da liberdade religiosa com líderes chineses.

McCain disse ao programa "The View" da rede televisiva ABC que a China precisa rapidamente de "algum progresso com o Dalai Lama, incluindo diálogos e a cessão desta repressão brutal que estamos vendo no Tibet".

"A menos que eles mudem alguma coisa rapidamente, eu não iria à cerimônia", disse o senador de Arizona. "Não podemos ter uma nação que é uma potência mundial em vários aspectos se comportando assim, de maneira opressora e brutal. Então acho que um recado deve ser mandado aos chineses, e um recado bem forte."

(Reportagem de Steve Holland)

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