domingo, 30 de março de 2008

Budistas em Portugal culpam indiferença por crise no Tibete

14-03-2008
17:28:43

Lisboa, 14 mar (Lusa) - O presidente da União Budista Portuguesa, Paulo Borges, afirmou à Agência Lusa que os confrontos no Tibete demonstram "o desespero" do povo tibetano diante da indiferença das autoridades locais e da comunidade internacional.A situação "demonstra claramente o desespero em que se envolveu o povo tibetano, por falta de apoio local e internacional", disse Borges.Apesar de reprovar a natureza violenta das manifestações na capital tibetana Lhasa e considerar que se tratou de "um ato eticamente negativo", o presidente da União Budista Portuguesa admitiu que talvez fosse "a única forma de chamar atenção"."Ao que parece, seis décadas de luta não são suficientes para lutar contra a repressão da China sobre o povo tibetano", afirmou.A coordenadora do grupo da China da Anistia Internacional em Portugal, Maria Teresa Nogueira, disse à Lusa que a situação é "lamentável e nada que não se esperasse já".A representante da Anistia afirmou que a unidade portuguesa da organização internacional pretende fazer vários apelos para o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao.CriseA tensão entre o povo tibetano e a polícia chinesa, que disparou nesta sexta-feira contra uma multidão de manifestantes, provocou uma onda de atos violentos em Lhasa, incluindo relatos de mortos e feridos.A crise aumentou após dois monges budistas tentarem se suicidar, ao mesmo tempo em que as autoridades chinesas fecharam mosteiros e isolaram a cidade, após três dias de manifestações contra a ocupação chinesa, informaram organizações internacionais pró-Tibete.A China impediu o acesso de turistas estrangeiros à capital do Tibete. Na quarta-feira, a Anistia Internacional divulgou um comunicado condenando a repressão chinesa e denunciando que nove monges foram espancados em Lhasa.Aproximadamente 50 monges foram detidos, segundo a mesma organização. "Os manifestantes têm o direito de protestar pacificamente. A China viola constantemente os padrões dos direitos humanos internacionais" disse o diretor da ONG na região Ásia-Pacífico, Tim Parritt.A menos de cinco meses para o início dos Jogos Olímpicos, que Pequim pretende usar para revelar a nova China do crescimento econômico e da retirada de milhões da pobreza, as manifestações de monges tibetanos mostram o lado obscuro do regime chinês: o desrespeito pelos direitos humanos e o autoritarismo do governo.Segundo dados atualizados, os protestos dos monges budistas em Lhasa, que começaram na segunda-feira, são as maiores dos últimos 20 anos.

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