domingo, 30 de março de 2008

Tocha olímpica é acesa em meio a protestos pró-Tibet

24/03/2008

09:35


Por Karolos Grohmann
OLÍMPIA, Grécia (Reuters) - Manifestantes pró-Tibet tentaram interromper a cerimônia de acendimento da tocha olímpica dos Jogos de Pequim no antigo estádio da cidade de Olímpia, na Grécia, nesta segunda-feira.
Em uma cerimônia transmitida para TVs de todo o mundo para marcar o início dos cinco meses de revezamento da tocha, a atriz Maria Nafpliotou, interpretando uma sacerdotisa, acendeu a tocha em frente ao templo de Hera.
Entretanto, pouco antes do início da cerimônia no sítio arqueológico que foi sede dos Jogos Olímpicos na Grécia Antiga, três manifestantes conseguiram romper o bloqueio policial.
Um deles, carregando uma faixa preta com os cinco anéis olímpicos, conseguiu se aproximar do chefe do comitê organizador dos Jogos, Liu Qi, durante seu discurso em frente a centenas de autoridades. O manifestante foi retirado do local sem conseguir chegar a Liu.
Liu, que se manteve calmo durante o protesto, disse: "A chama olímpica vai radiar luz e felicidade, paz e amizade, e esperança e sonhos para o povo da China e de todo o mundo".
A polícia informou que três pessoas foram detidas até o momento e serão acusadas por desordem.
A organização Repórteres Sem Fronteiras assumiu a responsabilidade pela manifestação para protestar contra as violações aos direitos humanos na China.
"Se a chama olímpica é sacrificatória, os direitos humanos são ainda mais", disse o grupo em comunicado na versão francesa de sua página na Internet.

"Não podemos deixar o governo chinês aproveitar a chama olímpica, um símbolo de paz, sem condenar os dramáticos direitos humanos no país."
O secretário-geral do Repórteres Sem Fronteiras, Robert Menard, levantou um segundo cartaz preto da área VIP onde estava sentado.
Também houve protestos durante os primeiros metros do revezamento da tocha, com vários manifestantes tentando segurar os corredores. Outras pessoas vestiam camisas Tibet Livre e uma grande faixa foi extendida entre dois prédios em uma das principais ruas de Olímpia.
"Eles conseguiram atrasar o revezamento um pouco em três partes diferentes da avenida", disse um fotógrafo da Reuters.
A polícia informou que outros 25 manifestantes tentaram seguir para o protesto na antiga cidade onde a cerimônia aconteceu, mas foram detidos pela polícia após pequenos enfrentamentos.
A polícia também informou que o vice-diretor do Estudantes por um Tibet Livre, que havia prometido realizar um protesto contra a ocupação da China no Tibet, e um fotógrafo grego que estava com ele desde domingo foram detidos.
"Fui preso por mais de 20 policiais gregos. Agora estou detido na delegacia", disse Tenzin Dorjee à Reuters. Ele contou que foi detido com o fotógrafo por policiais à paisana em Olímpia, longe do local da cerimônia.
O atleta grego Alexandros Nikolaidis, medalhista de prata no taekwondo nos Jogos de Atenas em 2004, foi o primeiro a carregar a tocha durante o revezamento que passa seis dias na Grécia antes da entrega da tocha aos chineses em 30 de março.
"Expresso aqui a esperança de que o símbolo da tocha seja reconhecido por todos e que as circunstâncias corretas sejam criadas por onde quer que a tocha viaje, para que esse símbolo ressoe", disse o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge.
(Reportagem adicional de Dina Kyriakidou em Atenas e Kevin Coombs e Deborah Kyvrikosaios em Olímpia)

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