domingo, 30 de março de 2008

Estados Unidos tira china do grupo dos maiores violadores dos direitos humanos

11/03/2008
19:00

WASHINGTON - O governo dos Estados Unidos tirou a China do grupo dos maiores violadores dos direitos humanos no mundo, mas manteve países como Irã, Coréia do Norte e Mianmar na lista, além de criticar duramente a corrupção na Rússia.
Essa é a essência do relatório anual sobre a situação dos direitos humanos em mais de 190 países em 2007, divulgado hoje pelo Departamento de Estado americano.
Durante uma entrevista coletiva, o subsecretário de Estado para Direitos Humanos, Jonathan Farrar, não explicou por que a China, anfitriã dos Jogos Olímpicos de agosto deste ano, foi excluída da lista negra, mas destacou que o país teve "um pobre histórico em direitos humanos" no ano passado.O relatório denuncia os fortes controles à liberdade de culto nas áreas do Tibet e na região autônoma de Xinjiang.Além disso, o governo chinês continuou sua campanha de vigilância, assédio, detenção e encarceramento de ativistas, escritores, jornalistas, advogados e seus familiares, "muitos dos quais buscavam exercer seus direitos", acrescentou.


Violência no Brasil

Em relação ao Brasil, a violência das forças de segurança, tanto nas ruas das cidades como nas prisões, é considerado um dos maiores problemas referentes aos direitos humanos no Brasil, segundo o relatório.O documento poupa as autoridades federais brasileiras, mas deixa claro que "o histórico de vários governos estaduais é pobre" em relação aos direitos humanos dos brasileiros."O governo ou seus agentes não cometeram assassinatos com motivação política, mas as mortes ilegais por parte de policiais estaduais (militares e civis) foram generalizadas", destaca o relatório.O documento ressalta que, nos seis primeiros meses de 2007, a Polícia do Rio de Janeiro matou 694 pessoas em combate, "33,5% a mais em relação ao ano anterior", segundo dados oficiais.Mas outras fontes elevam para 1.260 o número total de mortos, o maior desde 1993, e acima do total de 1.063, correspondente a 2006."A tortura por parte de policiais e funcionários de prisões continuou sendo um grave e generalizado problema. Policiais federais, estaduais e militares freqüentemente desfrutaram de impunidade em casos de tortura e de abusos", diz o texto.
Na América Latina, o relatório destacou que o México segue afetado por problemas de "impunidade e corrupção" em níveis estaduais e locais.


Liberdade em outros países

O relatório assegura que em alguns países o poder está concentrado em dirigentes que "não prestam contas", como Coréia do Norte, Mianmar, Irã, entre outros e critica a corrupção na Rússia e a violência sectária no Iraque.
O Departamento de Estado criticou com dureza a centralização do poder do Executivo e a corrupção na Rússia.O relatório destacou o assédio às ONGs, as restrições à oposição e aos meios de comunicação e a impunidade em vários assassinatos de jornalistas.No Iraque, a violência sectária e étnica e a débil gestão do governo contribuíram para a extensão da violação dos direitos humanos e um alto número de refugiados e deslocados internos, segundo a análise.No Irã, os direitos à liberdade de expressão foram violados, e a repressão a dissidentes, jornalistas, ativistas trabalhistas e defensores dos direitos da mulher cresceu.As forças de ordem locais recorreram às detenções arbitrárias, à tortura, ao uso excessivo da força, entre outras violações, ressaltou o Departamento de Estado americano.O documento do Departamento de Estado também destaca que "a violência doméstica continuou sendo generalizada", com 39.416 casos registrados em todo o país em 2006. Porém, o texto reconhece que o total assinalado é só uma fração dos números reais.Em relação à situação da infância, "milhões de crianças sofreram com a pobreza que afligiu suas famílias, trabalharam para sobreviver e não conseguiram receber educação".O abuso infantil também "foi um grande problema" durante 2007."A prostituição infantil foi um problema. A extrema pobreza foi o principal contribuinte" para o mesmo, já que, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em 927 dos 5.561 municípios do país existe prostituição infantil organizada.

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