domingo, 30 de março de 2008

Governo tibetano no exílio pede à ONU abertura de inquérito à violência em Lhasa

15.03.2008

11h07



O Governo tibetano no exílio já pediu a abertura de um inquérito junto da ONU sobre os episódios de violência na capital do Tibete, Lhasa, que, diz, fizeram cem mortos. As autoridades chinesas dizem que os confrontos de ontem contra o regime de Pequim fizeram dez mortos e vários feridos.“O Parlamento tibetano apela à ONU para que envie, imediatamente, representantes para intervir e investigar a violação dos direitos humanos no Tibete”, declarou em comunicado o governo exilado no Norte da Índia.Fontes próximas do Dalai Lama recusaram as acusações chinesas, segundo as quais o líder espiritual tibetano exilado teria fomentado as manifestações violentas.“Temos informações não confirmadas que dão conta de cem mortos e da instauração da lei marcial em Lhasa”, acrescentou.O primeiro-ministro do governo tibetano no exílio, Samdhong Rinpoché, apelou hoje à China para agir com “compaixão” e “sabedoria”. Quaisquer que sejam os números definitivos, estas são já as manifestações mais sangrentas no Tibete desde 1989.“As vítimas são todas civis inocentes, que morreram carbonizados”, disse um responsável do governo regional do Tibete, citado pela agência Nova China. Entre os mortos estão dois funcionários de um hotel e dois comerciantes.Ontem várias lojas foram queimadas no centro histórico da capital do Tibete, durante as manifestações organizadas pelos monges budistas, celebrando desde o início da semana o 49º aniversário de uma revolta de Lhasa contra a China que acabou no exílio do Dalai Lama e causou milhares de mortos. O governo regional garante que as forças de segurança não dispararam sobre os manifestantes, apenas dispararam para o ar.As autoridades do Tibete apelaram ao fim da violência e prometeram o perdão aos manifestantes se estes se renderem até à meia-noite de segunda-feira (16h00 em Lisboa).Hoje, a situação em Lhasa está mais calma e a cidade é patrulhada pelas forças de segurança. “Há muitos polícias armados e soldados nas ruas”, disse uma testemunha, em anonimato. As autoridades chinesas afirmaram que não está em vigor a lei marcial. Mas foi proibido o acesso ao Tibete de turistas que estão na China.



Novas manifestações de monges budistas no Noroeste chinês


Hoje realizaram-se novas manifestações de monges budistas na província chinesa de Gansu, no Noroeste, segundo grupos de defesa dos tibetanos.“Confirmámos manifestações no mosteiro de Labrang, em Xiahe, onde as forças de ordem intervieram com gás lacrimogéneo”, disse Kate Saunders, da Campanha Internacional pelo Tibete.As manifestações ocorreram em, pelo menos, duas outras cidades desta província, revela a organização Free Tibet Campaign.Em Nova Deli, 50 manifestantes tibetanos protestaram frente à embaixada da China e acabaram por ser detidos, depois de terem furado o cordão de segurança e para escalar os muros que rodeiam o edifício.

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