domingo, 30 de março de 2008

Luta de China com Dalai Lama é de 'vida ou morte', diz líder

19-03-2008
11:10:58

Pequim, 19 mar (Lusa) - A China luta contra o Dalai Lama um combate de "vida ou morte", disse o líder do Partido Comunista do Tibete, Zhang Qingli, citado pelo jornal oficial Tibet Daily, em um violento ataque ao líder espiritual tibetano no exílio."O Dalai Lama é um lobo com hábito de monge, um diabo de face humana, mas com o coração de uma fera", disse Zhang, conhecido por suas posições ortodoxas, em reunião do governo regional tibetano."O que lutamos é uma batalha feroz de sangue e fogo contra o grupo de Dalai Lama, uma batalha de vida ou de morte entre nós e o inimigo", disse Zhang.O tema da batalha de "vida ou morte" foi repetido nesta quarta-feira também em Pequim, em uma entrevista coletiva do ex-vice-presidente da assembléia legislativa chinesa Ragdi, que possui etnia tibetana."O combate de vida ou morte entre nós e o grupo de Dalai Lama e seus apoiadores em alguns países do ocidente, que buscam o antagonismo, é uma competição política pela escolha entre a separação e a unificação" do Tibete, disse Ragdi aos jornalistas.Ragdi, presidente honorário da Comissão Consultiva para o Desenvolvimento da Região Autônoma do Tibete, declarou ainda que o governo já esperava novos protestos contra a administração chinesa."Um acontecimento separatista teria acontecido mais cedo ou mais tarde. Era só uma questão de tempo e local", disse Ragdi, que entrou no Partido Comunista do Tibete na década de 70 e é um dos poucos tibetanos que subiram na hierarquia do poder na China.Os protestos em Lhasa, capital do Tibete, foram os piores desde 1989. Os manifestantes, liderados por monges, iniciaram uma vigília pacífica no dia 10 de março, aniversário do fracassado levante de 1959 contra a dominação, quando o Exército chinês entrou na região e matou dezenas de milhares de pessoas. A manifestação tornou-se violenta na sexta-feira e o governo chinês acusa os manifestantes de serem responsáveis pela morte de 16 pessoas. Os grupos exilados tibetanos desmentem e dizem que a repressão da China causou entre 80 e 100 mortos.Na terça-feira, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, acusou os seguidores de Dalai Lama de terem organizado os protestos para sabotar os Jogos Olímpicos de Pequim, que acontecem entre 8 e 24 de agosto, e promover o que considera uma "campanha a favor da independência" do Tibete.O Dalai Lama, prêmio Nobel da paz em 1989, insiste que defende apenas uma "autonomia significativa" para o território e apelou a seus seguidores para agirem pacificamente, ameaçando deixar a chefia do governo no exílio se a violência ficar fora de controle.O líder espiritual apelou também para o diálogo com Pequim, algo que a China recusou liminarmente.

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