domingo, 30 de março de 2008

Dalai Lama denuncia 'genocídio cultural' chinês no Tibete

16/03/2008

08:32



LONDRES - O líder espiritual do Tibete, Dalai Lama, pediu uma investigação internacional sobre o que caracterizou como "genocídio cultural" cometido pelas autoridades chinesas na região autônoma.

O governo afirma que 10 pessoas morreram durante os protestos que ocorreram na sexta-feira contra os mais de 50 anos de domínio chinês no Tibete - boatos de que este número seria até dez vezes maior são difíceis de confirmar, disse o correspondente da BBC em Pequim Dan Griffiths.

No sábado, o governo da região autônoma do Tibete estabeleceu um prazo até a meia-noite da segunda-feira, 17, para que os envolvidos nas manifestações da sexta-feira se entreguem.
Em uma entrevista à BBC, o lama - palavra tibetana que designa o mestre ou líder espiritual - disse ter sentido "o mesmo espírito de 1959", quando o último grande levante tibetano contra a ocupação chinesa acabou obrigando-o a se exilar no exterior. "(A situação) se tornou muito, muito tensa. O lado tibetano está determinado. O lado chinês está igualmente determinado. Isso significa: mortes e mais sofrimento", declarou ele. "O governo chinês não está vendo a realidade. Eles acham que só porque têm armas têm o controle. Sim, podem controlar. Mas não podem controlar a mente humana. Quanto mais repressão, mais ocupação militar e mais repressão militar, mais ressentimento." As declarações foram feitas em Dharamsala, no norte da Índia, onde o guru vive desde 1959. Mais tarde, ele falou a um grupo de jornalistas e pediu uma investigação para "descobrir o que está acontecendo" na região do Tibet. "Por favor, investiguem por sua conta, ou se possível com alguma organização internacional, primeiro, qual é a situação no Tibet, e quais são os prejuízos", pediu ele aos repórteres. "Que o governo chinês admita ou não, este é o problema. O problema é que uma nação com um patrimônio cultural antigo está enfrentando sérios perigos."

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